quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Na primeira noite eles se aproximam e roubam uma flor do nosso jardim.
E não dizemos nada.

Na segunda noite, já não se escondem;
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.

Até que um dia, o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz e,
conhecendo nosso medo,
arrancam-nos a voz da garganta.

E já não podemos dizer nada.

Eduardo Alves da Costa

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